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Novo Mario Party tenta inovar, mas decepciona

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Por Gustavo Assumpção

Bem antes da febre dos games casuais ditar o ritmo da indústria, a série Mario Party já conseguia unir jogadores de diferentes idades (e habilidades) em torno de uma mesma disputa. Precursor de um gênero, a franquia da Nintendo fez sucesso por onde passou, sendo uma opção interessante para divertidas disputas entre amigos.

Depois de oito games desenvolvidos pela Hudson, a franquia mudou de mãos e agora respira novos ares. Desenvolvido pela ND Cube, mesma empresa que criou a coletânea de minigames Wii Party, Mario Party 9 faz mudanças estruturais na série, adicionando novidades que surpreendem, mas ainda parecem insuficientes.

Basta começar a jogar Mario Party 9 para se encantar. Esse é um dos games mais bonitos que o Wii recebeu nos últimos tempos. Tudo possui aquele padrão Mario com o qual a gente está sempre acostumado: cores vivas, animações bem trabalhadas e muitos efeitos fofos aqui e acolá. A trilha sonora fofinha e os efeitos sonoros engraçadinhos só completam o pacote.

Com um time novo cuidando do processo todo, não tinha como ser diferente: queríamos mudanças e novidades. Atendendo a esse desejo, a estrutura básica de MP sofreu alterações decisivas nesta nona versão. Ao contrário do que acontecia nos games anteriores da série, agora os jogadores andam pelos tabuleiros juntos, em uma espécie de veículo guiado por um líder. É o líder que escolhe o caminho, embora em alguns raros momentos seja possível dividir as ações entre os demais personagens.

Quando o jogador cai em uma casa específica, um minigame começa. São mais de 80 diferentes, que basicamente seguem dois tipos: aqueles que utilizam o pointer do Wii Remote em minigames de precisão e aqueles que utilizam o controle na posição horizontal, com uma pegada mais tradicional. Embora os minigames sejam novos, eles seguem fórmulas e regras bem previsíveis, principalmente se você jogou algum outro game da série. A cada minigame o jogador ganha uma quantidade específica de Ministars, que substituem as moedas e estrelas dos games anteriores da série.

Os tabuleiros são interessantes, cheios de desafios e surpresas. Eles são inspirados em áreas clássicas de games Nintendo, como a selva de Donkey Kong, o castelo de Boo, a fábrica de Bob-omb, e por aí vai. Os tabuleiros são variados e mudam conforme o jogador progride, apresentando reviravoltas inesperadas. Por outro lado, a estrutura em si dos tabuleiros é mais linear do que nunca. Como os jogadores viajam acompanhados, há poucos caminhos a se seguir, o que diminui (e muito) a estratégia.

Cada tabuleiro conta com dois inimigos específicos, que seguem as ordens do vilão Bowser e precisam ser derrotados em momentos chave. A ideia é muito interessante, principalmente porque altera as disputas, permitindo que jogadores que antes estavam atrás nas disputas superem seus adversários. Por outro lado, essas disputas são monótonas e pouco inspiradas.
Além dessas novidades, a equipe de desenvolvimento ainda deu um tapa na progressão da aventura, deixando o game muito mais dinâmico. Agora é possível pular animações e diálogos, tornando as disputas mais velozes e menos cansativas.

Apesar das mudanças, MP9 pouco consegue cativar o jogador. Talvez esse seja o game mais diverso da franquia em anos, mas isso não é suficiente para segurar o jogador por muito tempo. Se o multiplayer brilha em alguns momentos (principalmente no modo Minigame, que reúne alguns dos mais divertidos joguinhos que a série já viu), o mesmo não acontece quando você joga sozinho.

A aventura single player é extremamente monótona e sem brilho, se tornando um fardo logo nos primeiros momentos. Quanto mais jogar a aventura principal, mais itens destraváveis serão liberados, mas isso não parece ser benefício suficiente para que você se dedique mais do que algumas poucas horas. Falta dinamismo. É tudo engessado demais.

Além disso, algumas ausências são bem sentidas. Faltam mais personagens jogáveis, mais tabuleiros e os minigames, depois de algumas horas, se repetem mais do que deveriam. A ausência de um modo online também é sentida. Não dá pra justificar os possíveis motivos pelos quais a Nintendo deixou esse recurso de fora dessa vez.

No final, Mario Party 9 deixou um gostinho de que a franquia precisa ir além. Ele ainda consegue fornecer uma das experiências multiplayer mais incríveis de que se tem notícia. O cheiro, aqui, prometia ser de coisa nova. Mas o que a gente sentiu foi só um incômodo cheiro de mofo.

 


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